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18 de Abril de 2024

Novo advogado de Cabral também decide deixar negociação por acordo de delação.

Será que existe um bom motivo processual?

Publicado por Vanessa Moraes
há 5 anos

A mudança na estratégia de defesa do ex-governador do Rio Sérgio Cabral (MDB), que optou por tentar um acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal (MPF) — a informação foi revelada e sofreu nova reviravolta.

As negociações aconteceriam entre o advogado João Bernardo Kappen , o MPF e a Procuradoria-Geral da República, mas, na noite deste domingo, ele informou que outro escritório vai assumir o caso. Há duas semanas, ele havia recebido uma procuração do ex-governador para representá-lo nas conversas com as autoridades.

Não foi a única baixa. O advogado Rodrigo Roca, que assumiu as ações em meados de 2017, resolveu deixar o caso também neste domingo. Ele não concorda com os novos planos do ex-governador.

Com a recente condenação em segunda instância na Operação Calicute e a colaboração premiada de Carlos Miranda, seu ex-operador financeiro, Cabral viu estreitarem os caminhos de sua defesa pelas vias fora da delação.

Entre as promessas do ex-governador, estão revelações sobre corrupção no Poder Judiciário e entre ex-integrantes do alto escalão do Ministério Público do Estado do Rio — o ex-procurador-geral de Justiça Cláudio Lopes chegou a ser preso sob a acusação de receber uma mesada para proteger o ex-governador.

Também está no cardápio a confissão sobre a compra de votos para a organização dos Jogos Olímpicos do Rio, em 2016. O esquema já foi alvo do MPF na Operação Unfair Play — Cabral é réu no processo —, e a possível nova postura sobre os Jogos representaria uma mudança brusca em relação a outras declarações dele sobre o tema.

Professor de Direito Penal da UFRJ, Francisco Ortigão explica que os benefícios estarão relacionados com a “efetividade” dos depoimentos.

— Nos processos em que já foi condenado, ele pode ter uma progressão de regime diferenciada. Em cima de novas revelações, é possível ter perdão em determinados crimes e redução de até dois terços na pena privativa de liberdade.

A possível delação representa uma nova alteração na estratégia de defesa de Cabral, cujas penas somadas na Lava-Jato já ultrapassam 197 anos. No início, o ex-governador negava ter cometido qualquer crime; depois, passou a admitir que usou para fins pessoas recursos de caixa dois de campanhas eleitorais; recentemente, decidiu ficar em silêncio nos depoimentos — na semana passada, uma audiência da Operação Ponto Final foi adiada após Cabral e outro réu informarem que não responderiam às perguntas.

Em outro momento, Cabral chegou a propor a autoridades da Lava-Jato a confissão de crimes em troca da prisão domiciliar, mas a conversa não prosperou.

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Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/noticias/novo-advogado-de-cabral-tambem-decide-deixar-negociacao-por-acordo-de-delacao/661723045

3 Comentários

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Com já citei, em outros assuntos no Jus, acompanho política e políticos, da época do Getúlio. Sempre houve e ainda haverá, corrupções, pois isso é pior que o câncer, "entranhado" na maioria dos nossos políticos, com raras exceções. Se o ex-governador não estiver "blefando" só pra safar-se; com toda certeza, até a senhora Dra Vanessa e todos os demais colegas deste site, ficarão boquiabertos com tanta "sujeira" nos altos escalões judiciário. Eu, NUNCA vi nada igual em toda minha existência (76 anos). Não morro de amores pelo Bolsonaro, mas vi nele uma única "tábua de salvação" em meio a esse mar de lamas em nossa Pátria Amada... continuar lendo

Com todo o respeito aos seus 76 anos, creio que viveu muito de nossa história pra saber do estelionato eleitoral praticado por esse senhor Bolsonaro, principalnente ao somente discursar e "Alvis" contando com sentimentos estranhos até então a alma do povo brasileiro. continuar lendo

Senhor D.S., o tema principal aqui é o caso de um "cumpanheiro" de cela do "cara" e, não sobre as eleições. Se tens algum ranço de polícia e ou de militar, por algo do passado, não tenho culpa alguma. continuar lendo